Mapmisia (Português)
MAPmisia é preconceito e ódio contra MAPs. Este pode ser institucional e se manisfestar na forma de aceitação de terapia de conversão para MAPs e priorização de vozes não MAP em assuntos que dizem respeito a MAPs, além de leis de relatório obrigatório em certos países como os EUA, que fazem com que médicos e terapeutas sejam obrigados a revelar a sua atração juvenil como sendo uma ameaça a crianças. MAPmisia pode também ser perpetrada por indivíduos, na forma de abuso verbal e físico. Pessoas MAPmisíacas também podem ser chamadas de anti-MAPs, ou antis.
História e significado do termo
A palavra "MAPmisia" foi cunhada em inglês pelo ativista parafílico Kamui, na primeira metade de 2019. Ele usou a raiz grega "misos", que significa ódio. Esse termo veio para substituir uma versão levemente mais antiga, "MAPfobia", criada espontaneamente por diversos blogueiros em analogia com "homofobia" e "transfobia". Chamar o ódio contra MAPs de "MAPmisia" permite separá-lo de fobias reais. "Pedofobia", por exemplo, é frequentemente usado por trolls online como sinônimo chique para o preconceito deles[1], mas é um termo médico que denota um medo patológico de crianças[2].
MAPmisia na sociedade
Em um senso mais amplo, qualquer suposição de que um MAP é menos capaz ou menos confiável que uma pessoa atraída por pares é MAPmisíaca. Tal julgamento de MAPs é base para destratá-los, porque se acredita que não sabem o que é melhor para si, e porque sua atração é vista como um risco inerente. Também se acredita menos em MAPs quando estes falam sobre suas experiências, e MAPs são barrados de se representarem devido à injustiça epistêmica[3].
Social
MAPs têm oportunidades virtualmente nulas de falar por si próprios na sociedade. A representação da MAPitude é feita por pessoas atraídas por pares etários, muitas das quais são ignorantes e usam MAPitude somente como um subenredo para histórias de crime dramáticas. Material científico e educacional sobre MAPitude (em especial aqueles que usam o termo "pedofilia") descrevem principalmente como identificar e isolar MAPs, em vez de ajudá-los e apoiá-los como podem precisar. Há uma forte pressão contra a organização e a ajuda mútua entre MAPs, pois se acredita que qualquer grupo MAP é inerentemente sexual e focado em abuso infantil. Grupos defensores e contas individuais em redes sociais são frequentemente suprimidos sem a presença de qualquer violação às regras.
Médica
Historicamente, a teoria médica via a MAPitude como um fator de risco e uma perversão sexual, e todos os esforços terapêuticos tinham como objetivo converter MAPs em pessoas atraídas por pares. Essa terapia era frequentemente violenta e incluía elementos de abuso sexual, como demandar que pacientes se masturbassem com cenários específicos. Prescreveu-se medicação que diminuía a libido a muitos MAPs de sexo masculino, e médicos consideravam a perda de apetite sexual como um sucesso, apesar da atração em si permanecer presente[4]. Hoje em dia existem pesquisadores e terapeutas que são muito mais humanos e progressistas. Um exemplo desse progresso é a B4U-ACT, uma colaboração entre MAPs e médicos, que pressiona por uma abordagem à terapia para MAPs que leve mais em conta as perspectivas de MAPs[5]. Apesar disso, escolher um profissional da saúde sendo MAP continua a ser uma aposta.
Individual
A primeira exposição de um MAP à MAPmisia provavelmente está ligada não a médicos ou à ciência, mas aos próprios pais. Muito poucas pessoas no ocidente evitaram na sua juventude avisos contra pedofilia, frequentemente com ameaças de violência contra pedófilos. Tais ameaças têm como objetivo que a criança se sinta protegida, mas uma criança MAP internalizará uma mensagem diferente, e acreditará que sua própria família não é segura. Caso esta criança tente procurar apoio online, ela encontrará uma variedade de agressores e perseguidores. Vários MAPs jovens já se suicidaram como resultado desse tipo de tratamento.
MAPmisia mal direcionada
Acredita-se que alguns grupos de pessoas atraídas por pares são conectadas a MAPs e por isso recebem parte do ódio e oposição a esses grupos. Tais grupos visados incluem pessoas LGBTQIA+, pessoas neurodivergentes e certas etnias. Suas interações entre si e com crianças são mais policiadas que aquelas da maioria privilegiada, e sua autoexpressão é frequentemente sexualizada. Ao tentar distinguir-se da MAPitude, frequentemente viram os autores mais violentos de MAPmisia individual. A sociedade como um todo fica mais MAPmisíaca como resultado de suas ações, e sua própria condição piora[6][7].
MAPmisia internalizada
Após exposição à MAPmisia na sociedade, um MAP pode internalizar essa atitude. MAPmisia internalizada pode levar um MAP a buscar validação de MAPmisíacos atraídos por pares, a se submeter a controle e monitoramento e a considerar MAPs que não seguem seu exemplo como estupradores em potencial. MAPmisia internalizada é um dos mecanismos mais comuns por trás do transtorno pedofílico. Uma distorção cognitiva perigosa à qual MAPs com MAPmisia internalizada recorrem é que sua MAPmisia é uma garantia contra delitos sexuais. No entanto, há exemplos de MAPs com pontos de vista muito anti-MAP que esconderam delitos de contato passados ou um vício a conteúdo de abuso sexual infantil.
Outra observação importante é que MAPmisia na sociedade não é culpa de MAPs MAPmisíacos. Os MAPmisíacos mais virulentos são mais frequentemente atraídos por pares etários.
Linguagem MAPmisíaca
Em outras línguas, como inglês, uma série de insultos específicos contra pessoas MAP existem. Estes insultos costumam insinuar que MAPs são abusadores de crianças, e são usados independente da idade, crenças pessoais, e histórico criminal da pessoa. Também se nota que há uma interseção entre MAPmisia e homofobia na fala, com os mesmos insultos usados para MAPs e para a população queer. Por exemplo, a palavra groomer, que pode ser traduzida aproximadamente como aliciador de crianças, e denota alguém que manipula uma vítima em potencial para coagi-la a aceitar o abuso e diminuir as chances de ser pego[8]). Existem além disso insultos para a população MAP que derivam de insultos para a população queer, como chomo, um insulto que mistura os termos em inglês para "molestador de criança" (child molester) e possivelmente "homo", um xingamento contra homens gays.
Em português, há o uso da palavra pedófilo de forma depreciativa, mas isso não torna a palavra em si MAPmisíaca, só seu uso potencial.
MAPmisíacos usam termos como impulsos sexuais quando não querem reconhecer que a atração juvenil é uma atração real com possibilidade de preferências claras, e ao invés disso querem implicar que MAPs tem um impulso de fazer sexo com qualquer criança aleatória. MAPs são acusados de sexualizar crianças, por conta de uma crença de que só se pode ser atraído por algo que já é inerentemente sexual. Sexualização de crianças é proibida pelos Termos de Serviço de muitas redes sociais, e blogs MAP completamente não sexuais já foram banidos com essa acusação como pretexto.
Dia de Lembrança e Solidariedade
Foi proposto que o dia 14 de julho fosse o "Dia de Lembrança e Solidariedade com as vítimas da pedofobia"[9]. Nesse dia, Bijan Ebrahimi, um iraniano com deficiência refugiado no Reino Unido, foi assassinado por vizinhos com base em falsas suspeitas de abuso infantil. Um site chamado "Memorial Book" mantinha uma lista de pessoas que morreram por causa do stigma da atração juvenil, desde um defensor de direitos civis que lutou por MAPs e cometeu suicídio, até uma criancinha que se comportou de forma sexual e foi assassinada pelos pais[10].
A bandeira da Consciência da MAPmisia
A bandeira é uma versão um pouco mais clara da bandeira MAP, com as listras de fora negras e uma gota de sangue ligeiramente fora do centro. Ela é baseada em como a bandeira MAP apareceu em 2022 no r/place, um evento do Reddit em que usuários criam arte botando pontos na tela. A bandeira MAP foi apagada e pintaram por cima diversas vezes antes do quadro ser finalizado[11], e a resiliência frente ao apagamento é vista como simbólica.
-
The mapmisia awareness flag
-
A screenshot from r/place.
Referências
- ↑ "I am a proud pedophobe" ("Eu sou um pedófobo com orgulho") via greatawakening.win, um site afiliado ao Qanon (inglês).
- ↑ Pedophobia (Fear of Children), (Pedofobia, medo de crianças) Cleveland Clinic (inglês).
- ↑ Injustiça epistêmica, Wikipédia.
- ↑ Immutability, Summary of MAP Research (Imutabilidade, Resumo de pesquisas relacionadas com MAPs), B4U-ACT (inglês).
- ↑ Psychotherapy For Maps (Psicoterapia para MAPs), B4U-ACT (inglês).
- ↑ Gays Against Groomers (Homossexuais contra Aliciadores), Wikipédia (inglês).
- ↑ yandere-angela, vaspider via Tumblr (inglês).
- ↑ Grooming: Know the Warning Signs (Grooming: Conheça os Sinais de Alerta), RAINN (inglês).
- ↑ Day of Remembrance and Solidarity (Dia de Lembrança e Solidariedade), Memorial Book (inglês).
- ↑ Home, Memorial Book (Livro memorial) (inglês).
- ↑ r/place atlas (atlas de r/place), 2022.
